Passei o dia pensando em como o ser humano, por instinto e necessidade, é obcecado por dinhiro. Por mais que a gente tente se desapegar do semtimento materialista, sentimos a necessidade de obter coisas, e, às vezes, nem é por sermos fúteis. Claro que, quase sempre, queremos comprar uma roupa que vimos na vitrine, aquele sapato legal, uma viagem para um lugar novo, mas o que eu falo é da necessidade do dinheiro para a sobrevivência. Sem dinheiro, o que resta? Você perder tudo, até amigos, e quem, sabe, familiares também.
Uns tem mais, outros bem menos. Cada um com suas oportunidades de ganhar a vida fazendo algo para lucrar e colocar comida na mesa. As contas chegam, e sono vai embora. É ciclo que nunca acaba. Para absolutamente tudo precisamos de dinheiro, até mesmo para respirar um ar menos poluído, e a água mais limpa. Coisas que deveriam ser de graça já estamos pagando, de um jeito ou de outro.
Eu nunca fui de querer muita coisa. Nunca liguei para roupas de marcas, viajar para fora. Aliás, as únicas viagens que eu faria para fora são para dois lugares que sou apaixonada. Europa e Ásia. Itália e Coreia do sul, tanto que estou estudando Italiano e Coreano já faz uns dois anos, porém, não espero e nem crio expectativas de um dia conhecer os dois países.
Tenho adiquirido uma mania de olhar as coisas da Shopee, porque tem coisas bem interessantes na plataforma, e quando compro algo, são para minha filha, sempre, como material de escola, coisas para o cabelo dela, etc. Raramente compro algo para mim. Quando a gente é mãe, esquece um pouco da mulher que ainda é, né.
Ou seja, não sou apegada ao luxo. Não sonho com casa grande, e até prefiro uma casa pequena, porque espaço demais me deixa agoniada. As únicas casas que eu um dia eu moraria são do do Tiny House Zone, é uma página do facebook. Embora os modelos sejam americanas, eu as acho a minha cara, e seriam as únicas casas que eu construiria ou compraria. O famoso custo-benefício imobiliário.
Hoje em dia, eu me preocupo mais com o hoje, porque é mais urgente. Tento não pensar no futuro no quesito financeiro, porque é meio angustiante. A urgência de lidar com os problemas atuais é mais caribado na vida humana.
Quando analisamos a humanidade, que vive no seu corre-corre diário, a gente se imagina olhando para todos, e percebe que, sem dinheiro, tudo pára. Não há corre-corre, não há trânsito caótico, os carros não saem de suas garagens, as escolas particulares não são frequentadas, os aviões não decolam... A vida literalmente para. Até a morte é cara com seus caixões de madeira maciça e detalhes dourados, mesmo sabendo que não levaremos nada para o além da sua consciência terrena. Eu acredito muito que há o outro lado da vida, depois da morte, que nada mais é, um reinício. Eu tive experiências que me fazem acreditar muito nisso.
O foco não é o meu lado espiritualista, e sim o dinheiro. O dinheiro, aquele papelzinho que passa por tantas mãos, ou aquele cartão de plástico, às vezes, sem limite, pode comprar tudo o que imaginar, é o que te move nesse mundo terreno.
Então, fiquei me perguntando, como viver nesse mundo sem precisar de dinheiro? Não há como, por mais que quisemos. Você comprar um terreno no meio do nada, construir um pomar, uma horta, para ser autosuficiente o bastante para não precisar comprar muita coisa para sobreviver. Em vez de energia elétrica, você investa em energia solar, mas sofre durante o inverno. Água encanada pode ser resolviva com um rio limpo por perto, e ferver antes de consumir.
Até assim, com uma vida bem simples, você precisa de um mínimo de conforto econômico, e é triste percebermos o quanto precisamos do dinheiro para absolutamente tudo, porque ele nos controla, sem mesmo ter alguma consciência disso. E sabe porque? Porque tudo isso começou com pessoas gananciosas no passado, quando inventaram a troca de alimentose serviços pelo sal, já que na época os alimentos eram preservados em recipientes com sal porque ainda não existia a refrigeração. Até hoje, em alguns lugares da Coreia do Sul, muitos moradores idosos armazenam alimentos num tipo de alçapão com vários barris de barros e sal. Algumas especiarias são fermentadas nesses barris, sem a necessidade de refrigeração.
Não é muito louco imaginar que tudo começou pelo sal, que hoje consumimos como tempero e até remédio?
Culpa do sal, por seremos obcecados por dinheiro. Aliás, a palavra salário vem do Sal.
Que o sal do saleiro nunca acabe, pelo menos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário